quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Os amigos que os filhos me deram

Posso ficar horas aqui dissertando sobre as delícias de ser mãe. Sobre como meus filhos trouxeram vida à minha vida, como me fortalecem, me dão coragem e me ensinam. Ser mãe é uma tarefa dura, cheia de desafios e responsabilidades, mas com uma quantidade infinita e incrível de benefícios. E posso dizer, seguramente, que uma das coisas mais importantes que a maternidade me trouxe chama-se AMIGOS.

Meus filhos tem amigos incríveis. Alguns, desde o berçário, com uma cumplicidade que mesmo a distância, por não estudarem mais na mesma escola, conseguiu apagar. Já outros são recentes, mas com uma conexão tão, tão forte, que não fosse eu agnóstica, acreditaria ser coisa de outras vidas. E muitos foram descobertos ao longo dos anos, no dia a dia mesmo. O bacana é que eles se misturam, se conhecem, trazem mais amigos e formam conexões ainda mais fortes.

Quando a gente vira mãe, tem duas opções: se jogar no mundo dos  filhos, conhecer e vivenciar seus amigos ou ser mais reservado, sem se misturar tanto. Eu escolhi, de cara, a primeira opção. Mergulhei de cabeça nesse mundo quando meu primeiro menino nasceu e não saí mais: marcava saídas, inventava de trazê-los aqui pra casa, planejava festas do pijama, organizava presentes das professoras, enfim... eu gosto de fazer parte desse meio. E nesse mergulho vieram as mães dos amigos, todas no mesmo barco que eu, buscando fazer parte da vida dos pequenos, aprendendo, acertando e errando sobre maternidade. Tarefa complicada de se fazer sozinha...

E vou te dizer... eu tive uma sorte imensa! Os amigos dos meus filhos são incríveis porquê tem mães incríveis. E assim como eles, nós nos conhecemos, misturamos e formamos belas conexões. Viraram minhas amigas, muitas daquelas que a gente conta segredo, divide angústias, viaja, faz planos e quer que faça parte da nossa vida mesmo, sabe?

Tô contando tudo isso pra dizer que hoje fizemos um encontro com os amigos de escola, pra celebrar o fim do ano e nos despedir. E foi tão bom, tão gostoso! Tavam lá todas (ou quase todas) aquelas carinhas que eu conheço há tanto tempo, algumas que literalmente eu vi bebê e conheço há 8, 9 anos. E tavam também as mães, com quem eu já dei tantas risadas em festinhas e discussões de whatsapp, que viraram amigas, cúmplices e parceiras de chopp (por que não?).

Há 9 anos nós escolhemos a escola que os meninos estudam até hoje. Uma escolha bem pautada na filosofia proposta e  no que acreditamos como ser o certo em educação. Nesse tempo, renovamos anualmente as nossas convicções de que ali era o lugar certo pros nossos filhos, onde estariam cercados de amor, ensinamentos, valores e, claro, amigos. Sou apaixonada pela escola deles e sei que essa vai ser uma das questões mais difíceis de acostumar no Canadá. Ousaria dizer que tanto pra eles quanto pra mim.

Sou muito agradecida pela nossa escolha de pais, ter nos levado à pessoas tão bacanas e que compartilham do nosso conceito de SERMOS PAIS . Muitas delas estavam lá hoje à noite, celebrando a nossa decisão, nos munindo de coragem pra seguir em frente e desejando sorte. Tê-los por perto hoje deu uma pontinha de tristeza pela saudade que ficará, mas a certeza de que nossos caminhos estão no rumo certo. E sei que apesar da distância, estarão juntos de alguma forma, e  torcendo por nós. Da minha parte, tudo que posso dizer é: obrigada por fazerem parte da vida dos meus filhos e da minha. E que tem um cantinho esperando pra receber vocês em Toronto! Eu vou amar receber as amigas, e as crianças também!


quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Weekly Timetable Winter 2018

Weekly Timetable Winter 2018 - Nome bonito pra designar minha grade de aulas.

Hoje foi dia de entrar no site do college e registrar para o primeiro semestre, escolhendo as aulas.
Bem verdade, que como todo (ou quase todo) primeiro semestre de faculdade, não tem muito o que escolher,  você faz as matérias iniciais e mandatórias.

Mas não poderia começar sem emoção: um pequeno erro de inscrição me fez ter que ligar pra lá e resolver pendanga já em inglês. Mas foram rápidos e tudo safo! 😰

Nessa primeira fase terei aulas 3 dias na semana (terça, quarta e sexta), seguindo as seguintes matérias: Design I, Digital Applications I, Drawing I (ai, que meda! 👀), Production I e Typography I.

Somos todos obrigados, ainda a fazer dois semestres de inglês para college, mas pra me inscrever nesse, tenho que fazer um teste de nivelamento pra ver se sou básico ou avançado e essa parte só dia 15/12, já lá em Toronto. Torcendo pra cair no avançado e que essa matéria seja no dia de uma das aulas acima, pq assim consigo ter dois dias totalmente livres (e que a gente, que cuida de casa e tem filhos, sabe que não significa ficar de bunda pro ar, né?) 😁

terça-feira, 28 de novembro de 2017

10 dias a mil do que mil dias a 10

Pensei no título de manhã, mas só agora consegui parar pra escrever e ele já não faz mais tanto sentido. Deveria chamar-se 9 dias a mil, pois já passou de meia noite.

Cabeça não pára. A listinha de afazeres já virou uma coisa difícil de dar conta. Os armários pra esvaziar parecem não ter fim. O dia podia ter 48 horas... Não, 72!

Reta final. 9 dias. Saímos do nosso apartamento na próxima segunda, pra uma curta temporada na casa dos pais. Esperamos, se tudo der certo, assinar o contrato com o novo inquilino amanhã. Compradores avisados sobre data de retirada dos móveis e eletrodomésticos.

Resolvo abrir meus armários de sapato e bolsas pra passar o pente fino e ver quem vai e quem fica. Como posso ter acumulado tantos sapatos na vida!????  70 ficam; e ainda assim, 30 vão. Ou espero que possam ir, se as malas forem generosas conosco. E mais não sei quantas bolsas pra desfazer, de todos os tipos e cores. Como cheguei a tantas??? Melhor não tentar explicar... 😮

Amanhã será a vez das roupas. Limpa com L maiúsculo e critérios rigorosos. E entre uma limpa e outra, a cabeça girando, tentando dar conta dos combinados, da casa, dos filhos, de responder sobre o que anunciamos. Não lembro de ter tido aula de logística na faculdade, mas acho que essa deveria ser uma matéria obrigatória em todos os cursos, pra gente dar conta dos caminhos que escolhe.

Bora tentar dormir. Amanhã é mais um dia pra colocar em dia e em velocidade máxima!





segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O joelho ralado e o coração partido...

Semana passada, no carro, na volta da escola, meu caçula falou: "Mãe, eu sei de uma coisa muito importante! Um joelho ralado dói bem menos do que um coração partido."



Fiquei com cara de quem não entendeu nada, tentando saber como um moleque de 5 anos saiu com uma frase tão profunda e acabei descobrindo que era um trecho de uma música que a Patrícia, professora dele, havia mostrado pra turma. Sem conhecer, corri pra descobrir que música era e me encantei. E ele, então, sem ter consciência da sua sabedoria, disse qua aquela seria a música da nossa família. E assim seguimos: todos os dias ele canta, no caminho da escola, no chuveiro, brincando, uma fofura...

A tal música fala da dor de crescer, virar gente grande, ter responsabilidades, alegrias e tristezas. Fala de como era fácil quando éramos pequenos, e bastava "um colo, carinho e o remédio era beijo e proteção". Sábado passado fui visitar e me despedir, por conta da viagem, do meu avô, de 95 anos. É nele e na minha avó (já falecida), que estão algumas das minhas maiores e melhores lembranças de infância. Eles são o meu colo, carinho, beijo e proteção. Foi um tarde gostosa com ele e familiares queridos. Foram muitas risadas, mas o dia terminou com um abraço, um desejo de boa viagem e o meu coração partido. Acho que o dele também.

Passei o fim de semana meio calada. Não triste, mas pensativa. E vira e mexe essa música me vem a cabeça. Passa um filminho, traz boas recordações, risadas, algumas dores. Parece trilha sonora mesmo. A música da nossa família, como disse meu pequeno. Crescer é bom, mas dói. Mas sei que a dor passa, o amor fica.

"É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido"

Era uma vez (Kell Smith)

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

"Que coragem, deixar tudo pra trás...."

"Que coragem, deixar tudo pra trás...."

Essa é mais uma das frases clássicas que a gente tem ouvido bastante. Mas eu te pergunto, o que seria tudo pra você?


Quando resolvemos colocar o Plano Canadá em prática, a gente sabia que uma das coisas que a gente teria que fazer, sem dó e nem piedade, é desapegar dos nossos bens, ou da grande maioria deles. Temos direito a 2 malas de 23kg cada , mais bagagem de mão. Fora isso, é excesso de peso e custa caro. Então, desde o início, a gente sabia que a mudança seria carregando apenas roupas e objetos bem pessoais.

Assim que saiu nosso visto, começamos a triagem. Várias e várias sacolas de lixo fora (impressionante como a gente acumula coisas!), algumas caixas de recordações e papéis importantes separadas pra guardar na casa da sogra, temporariamente, e três outras arrumações: coisas pra levar, coisas pra doar e coisas pra vender.

Inicialmente fiquei meio apreensiva com essa parte: o que desapegar. Sou consumista, tenho muitas roupas, sapatos, bolsas, etc e apesar de fazer limpa nos armários umas duas vezes por ano, a ideia de me desfazer dessas coisas em grandes quantidades, de uma vez só, me pareceu meio assustadora. Mas entendi logo de cara que ao morar num país onde metade do ano faz um inverno rigoroso, eu precisava me desfazer desse sentimento e ligar a chave da praticidade.

Móveis, eletrodomésticos, utensílios de casa são uma outra questão. Não tive a menor dó de me desfazer. Fomos (e ainda estamos) anunciando aos poucos, combinando que aqueles que são necessários à nossa estadia no apartamento, até entregar pro novo inquilino, serão entregues aos novos proprietários quase na data da nossa ida. As vendas tem ido bem e a grande maioria das coisas
que anunciamos já saíram. E não doeu nadica de nada. Vou te contar que senti até um certo alívio, uma certa leveza, uma sensação boa de que a vida da gente não é feita de coisas. Apenas um item me fez chorar: um espelho de madeira de demolição que eu namorava desde o início do casamento e que só há uns 4 ou 5 anos tive coragem de comprar. Doeu e passou. :-)

Todo esse processo também me fez morrer de orgulho dos meus filhos, que entenderam de cara as necessidades, aceitaram e ajudaram na triagem dos seus livros, brinquedos, etc. Prometemos que a grana da venda dos brinquedos deles será revertida em novos brinquedos pra eles e isso deixou os dois bem animados e cheios de planos (e ai de mim se não passar numa loja de brinquedos em Toronto, já no dia da chegada...).

Mas voltando à afirmação do título do post, te pergunto, coragem porquê?

Nossa família começou há 16 anos. Montamos nossa casa juntos, desde o início, com muito carinho, muito trabalho, aos poucos, no nosso tempo. Mas é uma casa, um apartamento, não é tudo. Podemos ter outras casas, outros talheres, outras roupas, outros espelhos... Já entregamos nosso carro e estamos num alugado, tudo certo. Em Toronto, quem sabe, se precisar, a gente compra um novo. E, de verdade, eu queria não precisar.

Em breve entregaremos nosso apartamento pra um inquilino. Aquilo que seria o nosso bem maior... Mas pera lá! Meus bens maiores estão comigo nessa jornada e estamos determinados a juntos fazer de um novo apartamento, onde quer que esteja, o nosso novo lar.

Te digo, de todo o coração (e com todo o frio na barriga que tá dando, faltando 2 semanas  pra essa aventura), que a única coisa que a gente tá deixando são pessoas queridas: família e amigos. E não estamos deixando pra trás. Estamos abrindo mais uma casa pra eles, que terão portas abertas sempre que quiserem no Canadá. Sei que apesar da tristeza da distância, eles estão torcendo muito pra dar tudo certo e embarcando, de alguma forma, nessa jornada com a gente. Aliás, no meio dessa coisa de "família vende tudo", fico feliz em pensar que na casa de várias pessoas queridas estarão lembranças nossas, bem cuidadas. ❤



Vou terminar mostrando o primeiro presente que ganhei pra casa nova, no Canadá. Será nosso amuleto da sorte, feito por uma amiga única e incrível, tipo irmã mesmo. Temos ouvido tantas coisas
boas também, tantas vibrações positivas e desejos reais de boa sorte, tanto amor dos nossos pais e familiares, que tenho certeza de que o TUDO QUE IMPORTA estará conosco, física e mentalmente, em qualquer lugar!

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Pela última vez...


"Pela última vez", mesmo que temporariamente, tem sido uma expressão bem usual por aqui nessas semanas e confesso que me dá uma mistura de estranheza com ansiedade.

Hoje, a pedido do meu filho mais velho, fomos ao Maracanã. A família toda, uma farra! Ele queria ver o Fluminense jogar pela última vez antes de viajar e o nosso querido Tricolor não nos decepcionou, ganhando do rival de 2X0 e nos garantindo boas recordações.


Hoje, também, andamos no nosso carro pela última vez. Amanhã ele será entregue ao novo comprador. À noite, encontrarei com amigos muito queridos pro nosso chopp anual, só que dessa vez, será a última vez por uns tempos. Não a deles, mas a minha.

Mesmo não querendo, o assunto vem à tona nas coisas mais simples! Semana passada, no mercado, tava calculando que alguns itens que costumo comprar com certa periodicidade, estaria levando pela última vez, pois se comprasse demais, iria sobrar ou estragar. São coisas cotidianas... Em outros casos, são até bem-vindas, como pagar o boleto da escola das crianças pela última vez. Um verdadeiro alívio no bolso!

E tem as futilidades também! Sobrancelha, depilação, pé, mão e afins costumam ser caros no exterior e certamente não serão a "última vez", mas serão mais escassas! Melhor mesmo é aprender logo a fazer  essas coisas bem feitas em casa, pra não sofrer tanto 😥

O fato é que pelos próximos 18 dias teremos diversas "últimas vezes". Encontros com amigos, idas a lugares, tempo pra ir sozinha com o marido ao cinema (quem vai ficar com os meninos lá???), momentos curtindo minha casa... Estamos tentando incluir na agenda coisas que gostamos e pessoas que amamos, mas ao mesmo tempo, tentado manter uma certa leveza nisso, lembrando do nosso foco, do nosso propósito. Tenho consciência de que algumas "últimas vezes" podem ser despedidas de verdade, já que não dá pra saber como a vida gente (e dos outros) vai seguir. Mas voltando ao foco, essas também podem ser as últimas semanas antes de um feliz recomeço. E as "últimas vezes" estarão abrindo caminho para o assustador, porém incrível e promissor "pela primeira vez". E isso não será nada mal :-)




sábado, 18 de novembro de 2017

Aula aberta

Ontem tive na escola do caçula, num projeto de pais em sala, pra falar sobre o Canadá.

Bem, eu não sei muito (ainda) sobre o Canadá, mas acho que sei mais do que os pequenos de 5 anos e seguindo a dica de uma amiga e professora da escola, pensei que seria uma boa forma de iniciar a transição escolar dele, trazendo pro meio dos seus amigos um pouco do que esperamos encontrar.



(Vale um parênteses aqui. Tava marcado pra eu ir na quinta, mas eu esqueci!!!!! A cabeça tá tão cheia de coisas pra resolver que eu simplesmente não lembrei e só me dei conta quando fui deixá-lo na escola e a professora comentou que já já me chamava pra eu entrar em sala... 😱😱😱😱 Não pude fazer nada a não ser me desculpar mil vezes e pedir pra voltar no dia seguinte. Logo eu, sempre tão certinha com as coisas da escola... tsk, tsk)




Enfim, foi uma experiência incrível! Cheguei contando que a gente estava de mudança pro Canadá, mostrei fotos, mapas, contei sobre a neve, os esportes mais praticados, a famosa maple leaf e falamos quais os animais mais comuns por lá. As crianças foram super receptivas, muito curiosas e estavam cheias de perguntas e afirmações. E o mais legal, meu filhote com uma cara linda de orgulho por estar tendo seu momento especial ali. 💕



Terminamos com uma história do Scaredy Squirrel, um personagem de uma série de livros infantis bem famoso por lá - dica de uma amiga querida que mora há anos em Calgary - que eles não conheciam e curtiram bastante!

Saí de lá com a deliciosa sensação de ter trazido novidades e instigado a imaginação dos pequenos, além de ter feito um carinho enorme no meu filhote. Ah, e ainda mais admiração aos professores, por que cuidar dessas turminhas não é moleza não, viu!?


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Estamos em greve


Então você decide estudar no Canadá e pensa que ficará livre de greves e paralizações...

Nananinaão! 

Acreditem ou não, desde meados de Outubro os professores dos colleges públicos da província de Ontário, pra onde vamos, estão em greve. Dizem que é a mais longa da história de lá.

Apesar de curioso, isso nada tinha ainda nos afetado, pois minhas aulas ainda não começaram. Entretanto, hoje recebi um e-mail do college falando que a greve deve terminar na semana que vem, mas que pelo tempo de duração eles preferiram adiar o início do Winter Term (o meu!) e as aulas que começariam em 08 de Janeiro, começarão em 29 de Janeiro.

O que até então não me afetava, afetou. 😕

Nossas passagens estão compradas pra 08 de Dezembro e não vamos mexer nisso (mudaria toda uma logística aqui no Brasil e ainda teria custos desnecessários), então continuamos viajando no mesmo dia. Porém, pensando naquela máxima de "fazer do limão uma limonada", estou vendo com bons olhos essa mudança... Tá, quando as minhas aulas começarem será tudo mais corrido pra mim, mas em compensação eu terei umas 3 semanas de folga em janeiro, sem preocupações acadêmicas pra poder acompanhar a adaptação dos meninos na nova escola, coisa que eu não poderia fazer de tão perto, pois começaríamos todos no mesmo dia. Além disso, terei mais tranquilidade pra montar nosso apartamento e conhecer a vizinhança antes de me dedicar às aulas e isso será um tempo muito bem gasto.

Só não sabemos ainda como ficará o visto de trabalho  do marido, que a princípio ficava vinculado à minha carta de aceitação da escola, que fala em 08 de Janeiro. Mas isso é problema que só saberemos a solução entrando no país, com o oficial de imigração. Aprendizado número um da aventura: controlar a ansiedade.Quando decidimos encarar essas mudanças, sabíamos que teríamos que contar com uma boa dose de jogo de cintura e capacidade de lidar com imprevistos e coisas que não estamos acostumados.  Faz parte do aprendizado e, pra falar a verdade, tá é muito bom assim!


terça-feira, 14 de novembro de 2017

For rent!

Quando conto que vamos pro Canadá, uma das primeiras coisas que me perguntam é: "onde você vai morar?" E a maioria das pessoas quase cai pra trás quando respondo: "não sei" :-)

Mas eu não sei mesmo! 

O que definimos é que ficaremos num airbnb nas primeiras semanas, tempo que imaginamos ser suficiente pra procurar, estando lá, por uma moradia certa.

Fato é que alugar um apartamento ou casa pra morar, com duas crianças, sem conhecer cidade, vizinhança, etc, é uma tarefa das mais difíceis, mais ainda de se fazer remotamente. Soma-se a isso o agravante de que as escolas no Canadá são ligadas à sua vizinhança. Ou seja, eu só posso matricular os meninos quando tiver o endereço definitivo, pois preciso saber no school board quais escolas atendem ao meu endereço. Complicado, né?

Montei, então uma estratégia! Além de estarmos em contato com uma corretora local desde já, que tem sugerido vários apartamentos, utilizo também  serviços de busca de aluguéis online. Optei por começar as buscas nos arredores da minha faculdade (o único lugar que temos certo por hora) e ampliando a pesquisa a partir dali. Me baseio no valor do aluguel que podemos pagar, número de quartos, tipo de imóvel e vou achando locais que, pelas fotos, parecem legais.

Só que a brincadeira não é tão simples assim... Imóvel em vista, vou ao ranking da TorontoLife.com checar se aquela vizinhança é bacana e, em seguida, ao ranking de escolas da Toronto pra verificar se naquela região tem boas opções. Quando dou a sorte de tudo encaixar, jogo o endereço no google maps pra verificar o tempo desse apê ao meu college. Se tudo bater, anoto numa planilha todos os dados e mando um e-mail pra saber da disponibilidade. Ufa!

Parece coisa de maluco, né? Vou te dizer que acho que é :-)
E não faço ideia se vai dar certo, pois ainda tem a parte de visitar pessoalmente quando chegarmos, aplicar pro aluguel e torcer pra nos aceitarem...

Todo mundo fala que a melhor coisa a se fazer pra achar  um apartamento legal é bater perna, mas isso vai ser meio complicado com as temperaturas negativas que irão nos recepcionar, então vamos tentando assim.

Torçam aí pra dar certo ;-)

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Te vi na TV!

Há pouco mais de uma semana foi ao ar, na Globonews, um programa sobre Brasileiros que resolveram encarar uma mudança de país e nós participamos contando um pouco da nossa história e das nossas expectativas.

Se você ficou curioso, perdeu ou quer rever, basta acessar o link abaixo pra assistir. Mas tem que ser assinante Globonews (net, sky e afins).

https://globosatplay.globo.com/globonews/v/6252198




domingo, 12 de novembro de 2017

"E quando estiver bem cansado, ainda exista amor pra recomeçar..."

Meia hora olhando a tela do computador e pensando: pra quê um blog?
Não consigo responder de forma convincente. Não sei nem se ele vai sair dessa primeira postagem.

Mas depois desse ano turbulento e cheio de emoções, acho que vale tentar, afinal tem tanta coisa acontecendo e tanta coisa por acontecer, que ao menos seria bacana deixar registrado pra mim, pros meus filhos, pra minha família...

Então, a verdade é que estamos a 26 dias de embarcar para a maior aventura de nossas vidas. Até agora, tudo tem sido falado muito no futuro, é tudo "quando chegar no Canadá...", mas esse quando chegar acontecerá em menos de 4 semanas e os mil planos estão ficando palpáveis.

O resumo da ópera é assim: sempre falamos que seria bem legal morar fora. Eu, na verdade, já morei, quando tinha uns vinte e poucos anos. Mas ainda tinha um bichinho que nos instigava a fazer isso em família, só que ele tava adormecido em meio à correria do dia à dia. Porém, no final de fevereiro, meu marido foi demitido. Era hora de juntar nossas frustrações com o país, a economia, a violência, etc. com esse novo e aterrorizante dado. Era o empurrão que a gente precisava! Decidimos que seria agora ou nunca! Acordamos o bichinho e fomos à luta!

Da tomada de decisão ao visto consumado foram 6 meses de aprendizado, muito frio na barriga, choros, vinhos, descobertas e, principalmente, doses cavalares de coragem!  Dia 24 de Agosto nossa agonia chegou ao fim e recebemos a aprovação do visto (no dia do aniversário do caçula!). Começou, então a nova fase: contar aos amigos, planejar nossa vida lá e nosso desapego daqui.

E aqui estou eu, pensando em criar um blog, na pausa entre a arrumação dos desapegos da casa (doações, vendas, etc) e mais uma espiada nos sites de apartamento pra alugar em Ontário.

O frio na barriga só aumenta. A esperança cresce junto. Acima de tudo, estamos certos de que cavamos uma oportunidade única e uma aventura inesquecível. E que apesar de todos os medos e percalços, a gente só sabe se vai dar certo, se tentar (com muito amor pra recomeçar...).

Encontros e Despedidas

Julho e Agosto foram meses especias e muito corridos! Tive minhas primeiras visitas em casa. E que visitas! Primeiro, meu pai, que ficou...