segunda-feira, 27 de novembro de 2017

O joelho ralado e o coração partido...

Semana passada, no carro, na volta da escola, meu caçula falou: "Mãe, eu sei de uma coisa muito importante! Um joelho ralado dói bem menos do que um coração partido."



Fiquei com cara de quem não entendeu nada, tentando saber como um moleque de 5 anos saiu com uma frase tão profunda e acabei descobrindo que era um trecho de uma música que a Patrícia, professora dele, havia mostrado pra turma. Sem conhecer, corri pra descobrir que música era e me encantei. E ele, então, sem ter consciência da sua sabedoria, disse qua aquela seria a música da nossa família. E assim seguimos: todos os dias ele canta, no caminho da escola, no chuveiro, brincando, uma fofura...

A tal música fala da dor de crescer, virar gente grande, ter responsabilidades, alegrias e tristezas. Fala de como era fácil quando éramos pequenos, e bastava "um colo, carinho e o remédio era beijo e proteção". Sábado passado fui visitar e me despedir, por conta da viagem, do meu avô, de 95 anos. É nele e na minha avó (já falecida), que estão algumas das minhas maiores e melhores lembranças de infância. Eles são o meu colo, carinho, beijo e proteção. Foi um tarde gostosa com ele e familiares queridos. Foram muitas risadas, mas o dia terminou com um abraço, um desejo de boa viagem e o meu coração partido. Acho que o dele também.

Passei o fim de semana meio calada. Não triste, mas pensativa. E vira e mexe essa música me vem a cabeça. Passa um filminho, traz boas recordações, risadas, algumas dores. Parece trilha sonora mesmo. A música da nossa família, como disse meu pequeno. Crescer é bom, mas dói. Mas sei que a dor passa, o amor fica.

"É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado dói bem menos que um coração partido"

Era uma vez (Kell Smith)

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