sábado, 2 de dezembro de 2017

No olho do furacão


Daqui a algumas semanas, vamos olhar pra trás e rir dessa loucura que está sendo o fim de semana. Embarcamos em 6 dias e temos até depois de amanhã pra esvaziar o apartamento.  São oito da noite, minha casa está de cabeça pra baixo e eu estou exausta.  Hoje já saíram daqui umas 30 sacolas de lixo, outras 10 pra doação, cama de solteiro, escrivaninha e uma boa parte, física, da nossa história.

Os armários estão quase vazios, tem sacolas nomeadas com itens vendidos a serem retirados espalhados pela casa e muitas malas e caixas ainda esperando a hora de fazê-las. Decidimos esvaziar tudo aquilo que não vamos levar antes de colocar na bagagem o que levaremos e fico impressionada com a quantidade de coisas que ainda tem aqui. Não acaba! Me sinto naquele reality "acumuladores". 

Temos que  esvaziar a geladeira. Tem que desligar a Net. Tem que trocar os endereços no banco. Tem que mandar mensagem pro host do airbnb e pra corretora em Toronto. Tem que separar documentos. Tem que dar atenção aos meninos e aos meus pais. Tem que lavar roupa e dar tempo de secar. Tem que comprar remédios pra levar. Tem que ir na formatura do filho e chorar igual criança. Tem que pedir comida pq eu não tenho mais utensílios pra usar... Tem que dar certo! Vai dar certo!


As crianças estão tranquilas. Tomás já sem cama e indo dormir na casa do amigo, Joaquim já sem brinquedos, levando numa boa. Segunda mudamos pra casa da vovó por alguns dias, com malinha pro calor carioca e mala pro frio de Toronto. Logística difícil essa, viu!? Ontem tomamos nosso último vinho no apartamento. Nosso brinde semanal fez parte dos nossos últimos meses, numa forma de nos ajudar a aguardar pelo visto, pensar no futuro e curar os medos e as tristezas. A cada tim-tim, uma comemoração, uma apreensão... Ontem, brindamos o futuro. E estamos ansiosos por todas as garrafas que abriremos nas próximas semanas, pra nos aquecer no frio e comemorar cada pequena vitória no Canadá.

A cabeça já não raciocina muito por hoje. Pensa na casa, na família e no avô, aquele da despedida da semana passada, que ontem foi internado por coisas da vida, da idade. É muita coisa junta, muita emoção, muita exaustão, mas também muita certeza de que eu preciso e de que vou dar conta. Ainda não sei como, mas vou!

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