domingo, 10 de junho de 2018

Balanço dos 6 meses

Ontem, 09/06, completamos 6 meses de Canadá!

6 meses que passaram voando, fato! Mas ao mesmo tempo, parece que a gente já mora aqui há 6 anos!

Nesses 180 dias já deu pra ter uma boa ideia do que gostamos ou não gostamos; do que funciona e do que não funciona; ou ainda pra entender certas diferenças vitais do dia à dia, entre o estilo de vida do Brasil X Canadá.

Seguem, abaixo, algumas das minhas impressões:


O que mais amo no Canadá:

  • Liberdade e segurança. Essas são as duas principais palavras que me vêm à cabeça quando penso em Canadá. Liberdade de ver casais de todos os tipos andando de mãos dadas nas ruas, liberdade de ter um dia especial pras pessoas andarem de bike peladas (sim, isso aconteceu ontem!), liberdade de morar num lugar que legaliza o uso da maconha, liberdade pra ser quem você é, sem se importar muito com os outros.

  • E segurança de andar nas ruas sem medo de ser assaltado, de ter meu celular roubado... Te digo que nada é perfeito, aqui tem assalto e crime como em qualquer grande cidade do mundo, mas a diferença principal é que as pessoas se importam e a polícia corre atrás pra descobrir e punir. Essa sensação, principalmente pra quem viveu a vida toda no Rio de Janeiro, é algo incomensurável.

  • Com toda diversidade cultural que tem por aqui, ninguém se liga muito na forma como os outros se vestem, cortam o cabelo, etc. Todas as tribos parecem ser bem-vindas e têm seu espaço. A moda está muito mais ligada ao conforto do que a qualquer outra coisa, as pessoas se arrumam de forma mais simples e com menos frescura.

  • Educação - existe uma piada que diz que o Canadense se desculpa até quando não tem culpa.

  •  Educação 2 - saber que meus filhos estudam numa escola com uma diversidade cultural absurda, convivendo desde bem pequenos com as diferenças. 

  • Por ter estações do ano tão bem definidas, existem muitas atividades sazonais e a gente acaba curtindo bem cada uma delas.  

  • Os parques! São inúmeros e não me canso de passear por eles. Todos limpos, cheios de atração pras crianças e, muitos deles, com banheiro!

  • Alertas "Amber" - São enviados pros nossos telefones em caso de questões emergenciais na cidade de Toronto. Uma forma bem interessante de manter a população avisada sobre as ocorrências.

  • Farmácias vendem de tudo, inclusive alimentos e muitas vezes salvam a vida da gente quando falta uma coisinha ou outra e dá preguiça de ir até o mercado. 

  • As bibliotecas públicas, suas mil utilidades e ver como a população realmente usa esse espaço!

  • A velocidade com quem as encomendas da Amazon chegam aqui. Já fiz uma compra às 21 horas que chegou em casa 12 horas depois!!!  

  • Wi-fi grátis  em (quase) todos os lugares.

  • Amigos, que estão aqui compartilhando do mesmo sonho, desafios e esperanças que você, e que fazem tudo ser mais fácil.

O que não curto no Canadá:

  • Serviços, em geral, custam muito caro. Na verdade, não sei dizer se custam caro ou se a gente que tava acostumado a pagar barato no Brasil. A questão é que aqui é tudo muito mais "faça você mesmo" e as pessoas não têm o hábito de ir à manicure semanalmente, por exemplo, até mesmo porquê fazer pé e mão não é nada barato. 

  • Apesar de serem muito educados, não existe muito costume de segurar a porta pra quem vem atrás e nem cumprimentar qdo se entrar no elevador. Falo de vizinhos que a gente vê todo dia... Não consigo me habituar a isso.

  • O calor é mais quente do que eu gostaria. E o frio poderia durar um pouquinho menos. :-)

  • Doces são menos doces. Pra mim, que sou formiguinha, isso não é lá tão legal. O brigadeiro que fiz pros meninos, com leite condensado local, poderia ser mais gostoso. 

  • Pano de chão é uma coisa rara! Meu pai tá vindo pra cá em algumas semanas e trará um estoque pra mim. Aqui eles usam papel toalha pra tudo e são mega ultra hiper absorventes!

  • Pedintes, os famosos homeless. Têm muitos por aqui, muito mais do que imaginava, acho que já comentei isso aqui o blog. Agora que as temperaturas estão quentes, eles tomam mais ainda as ruas de downtown. Entretanto, nunca tive experiência ruim em relação à violência e sempre o que vi foram pessoas pedindo dinheiro nas ruas.

  • Toronto, cidade onde moro, acaba de ser descrita como a 5a. cidade mais cara pra se viver!

  • O preço que se paga pra estudar nos colleges. Como estudante internacional, o custo anual com a minha faculdade chega a 3 vezes mais do que pagaria se eu já tivesse residência permanente.
  • Canadenses amam abacate e usam em tudo! E acham estranho a gente usar abacate como doce, pois eles usam direto como salgado. Eu odeio abacate e não uso pra nada. :-)

  • Banana. Amamos banana e demoramos quase seis meses pra achar uma mais docinha, como as do Brasil. Aqui não tem banana prata e a mais similar que achei foi uma da Costa Rica.

  • Saudades da família. Mas isso não é exclusivo do Canadá, né?

Diferenças importantes (e que não sei se gosto ou não):

  • Eu mesma faço faxina na minha casa. Umas 2 horas e meia são mais do que suficientes pra limpeza semanal, pois todos os produtos são feitos pra facilitar a vida da gente mesmo. Mas sinto falta de tanque na cozinha e ralo no banheiro... A gente se adapta a cuidar da limpeza mesmo assim, mas que fazem falta, ah isso fazem!

  • Canadenses tem fixação por pouco cheiro. A maioria dos produtos pra limpar a casa  não tem aquele cheirinho de limpeza que a gente tava acostumado no Brasil e demorei a me adaptar ao fato de que a casa tava realmente limpa, mesmo sem sentir o tal cheirinho... Aliás, a questão do cheiro é importante em outros aspectos. Produtos de higiene pessoal também tem odor mais fraco e existe uma preocupação em não importunar os outros com cheiros fortes. No banheiro do meu college, por exemplo, existe um poster pedindo pras pessoas se colocarem no lugar do outro antes de usar perfumes fortes. Gosto da ideia, viu!? Mas acho que tem uma galera que toma uns banhos a menos e que podia se preocupar com esse lado também. 

  • Não há demonstração de carinho excessivo. Lembro do aniversário de uma amiga e várias pessoas davam "happy birthday" sem nem um abraço. Me pareceu meio frio e estranho. Mas, ao mesmo tempo, gosto da ideia da gente ter intimidade com quem realmente se tem intimidade.



 



 

2 comentários:

  1. Os serviços também são caros aqui em Dallas, pelo menos é o que todos dizem. Confesso que ainda não sei mensurar corretamente. Paguei 23 dólares por um corte de cabelo em que a profissional (sim, aqui muitas barbearias tem mulheres como funcionárias) lavou meu cabelo, fez massagem no couro cabeludo e ainda rolou tolha quente no rosto.
    Não vejo muitos homeless, aliás, as pessoas não costumam andar, tudo é feito de carro, tem 'drive-thru' em banco, farmárcia, etc.. Como ainda não temos carro, vou de ônibus para o college numa viagem que demorar cerca de 40 minutos, também ando muito de trem. O que mais impressiona é a comodidade de comprar passagens através de aplicativo e saber antecipadamente o horário das conduções. Você consegue programar melhor o seu dia. A turma no college é incrível: turcos, hondurenhas, mexicanos, vietnamitas, uruguaia, venezuelanos, entre ouras nacionalidades.
    Gosto da organização norte-americana em geral, você paga e tem o que pagou - o que é lógico, mas não tão lógico no Rio de Janeiro. As pessoas são educadas, mas vizinhos nem sempre cumprimentam. Converso mais com a caixa do supermercado.
    O calor é intenso, tem feito 35 graus celcius e ainda não estamos no verão.
    Também sinto falta de um tanque - uma pequena área de serviço seria um luxo - e de ralos, coisa de brasileiro.
    Procuramos sempre cozinhar em casa, não gostamos de congelados e frituras, então nossa alimentação é parecida com a que tínhamos no Brasil. O que falta mesmo é a farinha de mandioca. As bananas não chegam perto da banana prata em doçura, em compensação, as frutas vermelhas, como morango, mirtilo, amora e framboesa são bem acessíveis.
    Às vezes você se sente só, com dúvidas sobre algo, ou mesmo vontade de conversar sobre essa experiência que é morar em outro país. Felizmente a tecnologia nos aproxima e tem sempre um amigo, uma amiga para lhe dar dicas e revelar suas impressões sobre determinado assunto. Como você, Flávia, uma inspiradora que sigo com prazer.
    Beijo,


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    1. Julio!!! Você acredita que só hoje vi que tinha mensagem sua aqui!?
      Acho que no fim das contas é bem uma questão de colocar na balança e ver que o saldo é mais positivo no hemisfério norte, né?
      Adorei os comentários detalhados e bem acho que vc devia pensar em contar, num blog, as aventuras por aí tb. E passar à frente a inspiração... :-)
      P.S. Será que pode mandar farinha de mandioca pelo correio? Aqui tem nos mercados portugueses. procura por cassava flour. Bj!!

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